Engraçado - ouso, lamentável - o modo como definimos rotina: "caminho já trilhado e sabido".
Hábito, dizem.
O mesmo que nos faz até acostumarmos-nos tanto com bobagens do nosso dia-a-dia, passando pela mudança dos tempos, e chegando até a fatos de proporções muito maiores.
Acostumamo-nos, desde cedo, à imposições da sociedade em que vivemos. À nossa cultura. A escovar os dentes, a vestirmo-nos, a não nos despirmos defronte a outrem. Nada mais natural, são as (saturadas) normas de convivência. Aceitável até certo ponto. Mas não cheguemos à transvaloração dos valores – isto já navega em mares mais profundos.
Acostumamo-nos a nossos horários, a estarmos adequados a eles - diga-se de passagem, sempre pontuais - e forçarmos nossos organismos a fazer o mesmo. Capitalismo.
Por fim, acostumamo-nos ao que vemos diariamente:
"Leopardos irrompem no templo e bebem até o fim o conteúdo dos vasos sacrificiais; isso se repete sempre; finalmente, torna-se previsível e é incorporado ao ritual".
Salve Kafka. Corrupção incorporou-se ao 'templo' Brasil.
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